Um bom amigo meu, que já trabalhou nas entranhas do judiciário, os juízes brincam entre si que brasileiro tem direito de matar uma pessoa e não vai para a cadeia. Se você é réu primário e não for provado que o crime foi intencional você sai livre.
Porém outro grande amigo meu destacou recentemente que o ex-deputado Carli Filho (foto abaixo a esquerda) matou dois jovens (mães abaixo, a direita) dois anos atrás dirigindo completamente embriagado e acabou de renovar sua carteira de motorista. Não, senhoras e senhores, ele não renovou a carteira para dirigir dentro do complexo penitenciário onde está encarcerado, pois ele está andando livre pelas ruas. Portanto parece que no Brasil, até o momento, você tem o direito de matar até duas pessoas e, se não sair livre, pode ao menos responder ao processo em liberdade.
ATUALIZAÇÃO:
A Gazeta do Povo errou. O pai do ex-deputado, prefeito de Guarapuava, estava renovando a carteira que estava suspensa. Mesmo assim, por lei, o filho pode renovar a dele também.
Mas não é só isso: ele possivelmente sairá livre do julgamento, totalmente inocentado. Foi comprovado que ele estava muito embriagado a ponto de ser considerado crime no teste de embriaguez. Mas o exame não poderá ser utilizado como evidência contra o ex-deputado. Se não sair livre é possível que pegue apenas 4 anos de cadeia ou menos. Um tapa nas mãos perto da prisão perpétua que ele receberia em um país sério.
Vemos nesta cena estampada a imagem do maior problema que existe no Brasil: a impunidade. Pessoas más continuarão a perpetrar crimes contra a população se não perceberem que as suas atitudes podem ter sérias conseqüências. Políticos multiplicam seu patrimônio às custas do dinheiro público e não vão para a cadeia. Presidentes corruptos são ‘impeachmados’ e voltam a ser eleitos a cargos públicos como se nada houvesse ocorrido. Pessoas que roubam, matam e cometem muitas outras atrocidades não sentem os efeitos naturais que deveriam ocorrer em correspondência a suas brutalidades. É justamente por isso que continuarão fazendo. Nós e nossos filhos continuaremos a pagar o pato.
Fonte: Revoada.net
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